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Qualidade de Vida no Trabalho (QVT): conceito e componentes

Atualizado: 27 de nov. de 2023

Fala pessoal!


Professor Marcelo Soares na área para mais um bate-papo.


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Pois bem. Feito os convites, vamos ao que interessa. Hoje, conversaremos sobre um tópico que tem sido cobrado com frequência dentre os tópicos de Administração Geral e Pública para concursos públicos, Qualidade de vida no Trabalho - QVT. Falaremos um pouco sobre seu conceito, fatores desencadeadores e componentes e resolveremos algumas questões no final.


Então simbora!



Introdução a Qualidade de Vida no Trabalho


Apesar de hoje existir um consenso sobre a responsabilidade das empresas em relação à saúde física e mental de seus empregados, as ações de qualidade de vida no trabalho (QVT) são relativamente recentes no ambiente empresarial.


O termo QVT foi introduzido por Louis Davis na década de 1970, ganhando impulso devido a greves e críticas aos sistemas de produção taylorista e fordista. Embora não haja um consenso sobre o início da QVT, alguns estudiosos, como Patrícia Itala Ferreira, apontam seu surgimento nos anos 1950 com pesquisas no Instituto Tavistock, em Londres.


A produção taylorista e fordista, apesar de aumentar a eficiência, também causou a desumanização do trabalho, levando a reflexões sobre a necessidade de mudança. Louis Davis sugeriu que as empresas deveriam melhorar as condições de trabalho, abrangendo tanto aspectos físicos quanto psicossociais. Isso levou ao desenvolvimento de duas áreas complementares: saúde e segurança no trabalho e qualidade de vida no trabalho (em sentido estrito), focando nas condições psicossociais.


Na administração, QVT é geralmente tratada de forma ampla, incluindo tanto a saúde e segurança no trabalho quanto as condições psicossociais. Idalberto Chiavenato ressalta a importância dos aspectos físicos, ambientais e psicossociais para o bem-estar dos colaboradores.


Segundo o modelo DRAMMA de gestão de pessoas, que inclui agregar, aplicar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar pessoas, as ações de QVT se encaixam no processo de manter pessoas, visando criar um ambiente de trabalho que incentive a permanência dos colaboradores na empresa.


Fatores desencadeadores da QVT


Os investimentos iniciais em Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) não foram uma escolha voluntária das empresas, mas uma resposta às exigências legais de responsabilidade civil e criminal.


Historicamente, a maioria das empresas adotou medidas paliativas e reativas, especialmente quando aumentaram as sanções relacionadas a acidentes de trabalho. Com isso, iniciaram ações preventivas para evitar acidentes e, consequentemente, sanções legais.


Segundo a professora Ana Cristina França, além dos aspectos legais, outros fatores típicos da sociedade pós-industrial também impulsionaram a QVT, incluindo:

  • Vínculos e Estrutura da Vida Pessoal: Questões como família, lazer, esportes, hábitos de vida, expectativa de vida, saúde, alimentação, combate ao sedentarismo, e grupos de apoio influenciaram a QVT.

  • Fatores Socioeconômicos: Globalização, avanços tecnológicos, desemprego, políticas governamentais, privatizações, expansão do mercado de seguros de saúde e padrões de consumo sofisticados também foram desencadeadores.

  • Metas Empresariais: Fatores como competitividade, qualidade do produto, velocidade, custos e imagem corporativa necessitaram de uma abordagem de QVT para serem atingidos de forma eficaz.

  • Pressões Organizacionais: Mudanças nas estruturas de poder, necessidade de informação e agilidade, corresponsabilidade, remuneração variável, transitoriedade no emprego e investimento em projetos sociais exigiram uma nova visão sobre a QVT.

Esses fatores, combinados, levaram as empresas a adotar ações de QVT não apenas como uma resposta às exigências legais, mas também como uma maneira de se adaptarem às demandas e desafios da sociedade pós-industrial.


Conceito de Qualidade de Vida no Trabalho - QVT


Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é um tema com diversas abordagens e, por vezes, percebido como confuso. As definições de QVT variam desde cuidados médicos exigidos por legislações de saúde e segurança até iniciativas voluntárias de motivação e lazer por parte de empregados e empregadores. Na literatura, há uma variedade de conceitos, mas para concursos públicos, prevalecem os conceitos de Idalberto Chiavenato e Eliete Arellano.


Segundo Chiavenato, a QVT abrange tanto os aspectos físicos e ambientais quanto os psicológicos do ambiente de trabalho. Este conceito equilibra duas posições: as reivindicações dos colaboradores por bem-estar e satisfação no trabalho e os interesses das organizações em obter efeitos positivos sobre a produtividade e a qualidade. Chiavenato enfatiza o respeito pelo bem-estar biológico, psicológico e social dos colaboradores.


Eliete Arellano define a QVT como o esforço para alcançar equilíbrio psíquico, físico e social dos empregados dentro do contexto organizacional, vendo as pessoas como seres integrados nessas três dimensões. As ações de QVT visam aumentar a produtividade e melhorar a imagem da empresa, tanto interna quanto externamente, promovendo o crescimento pessoal e organizacional.


Portanto, em Administração, a QVT não se restringe apenas a aspectos físicos e ergonômicos, mas também inclui preocupações psicológicas e sociais dos empregados. Chiavenato aponta que a QVT lida com interesses dos empregados em bem-estar e satisfação no trabalho, e interesses da organização em produtividade e qualidade. Embora haja uma percepção de que esses interesses possam ser antagônicos, eles são, na verdade, complementares, pois o bem-estar dos empregados pode conduzir a uma maior produtividade.


Componentes da QVT


Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é um conceito intangível, complexo e multidisciplinar. Para uma compreensão mais efetiva e planejamento de melhorias, gestores e pesquisadores em Administração frequentemente segmentam a QVT em componentes mais específicos e gerenciáveis.


Assim, ao invés de buscar melhorar a QVT de maneira abrangente e abstrata, eles focam em entender e aprimorar os elementos que a impactam. Segundo Idalberto Chiavenato, os principais fatores que compõem a QVT incluem:

  • Satisfação com o trabalho executado.

  • Possibilidades de futuro na organização.

  • Reconhecimento pelos resultados alcançados.

  • Salário percebido.

  • Benefícios auferidos.

  • Relacionamento humano dentro da equipe e da organização.

  • Ambiente psicológico e físico de trabalho.

  • Liberdade para atuar e responsabilidade nas decisões.

  • Oportunidades de engajamento e participação ativa.

Esses componentes abrangem tanto os aspectos intrínsecos (relacionados ao conteúdo do cargo, ou seja, o que a pessoa faz), quanto os aspectos extrínsecos (contexto no qual o cargo é exercido). Esta abordagem ajuda a entender que a QVT engloba tanto as condições internas do trabalho quanto o ambiente e as condições externas em que ele é realizado.


Questões Resolvidas


Bom, agora que vimos o conceito e componentes da Qualidade de vida no Trabalho, vamos consolidar resolvendo questões. Tente responder as duas questões a seguir e em seguida expanda usando a setinha do lado esquerdo para ver a resposta e me conta lá nos comentários do final da página se você conseguiu acertar:


CEBRASPE – MPE/PI – Analista Ministerial – 2012 Os programas de qualidade de vida no trabalho, cada vez mais difundidos em organizações públicas e privadas, são um exemplo típico de ações classificadas como processos de manter pessoas.

COMENTÁRIO: A doutrina majoritária defende que a gestão de pessoas possui seis macroprocessos (famoso: DRAMMA): 1 – agregar pessoas, 2 – aplicar pessoas, 3- recompensar pessoas, 4- desenvolver pessoas, 5 – manter pessoas, 6 – monitorar pessoas. De acordo com esse framework, as ações de QVT enquadram-se nos processos de manter pessoas, afinal, o objetivo da QVT é justamente criar condições adequadas de trabalho para que os indivíduos desejem permanecer na empresa. Gabarito: Certo

FCC – TCE/GO – Analista de Controle Externo - 2009 A abordagem da Qualidade de Vida no Trabalho envolve duas dimensões potencialmente antagônicas. São elas: a) A melhoria contínua dos processos e a necessidade de lazer dos trabalhadores. b) A necessidade de aumentos constantes de produtividade no trabalho e a luta dos trabalhadores pelas melhorias salariais. c) O bem-estar e a satisfação dos funcionários no trabalho e a produtividade e a qualidade d) A preservação do meio ambiente e a expansão da produção industrial. e) O crescente uso de tecnologias poupadoras de mão de obra e a necessidade de elevar a qualificação dos trabalhadores.


Espero que tenha curtido nosso bate-papo de hoje. Você pode encontrar mais dos meus materiais estudos e se aprofundar mais sobre o tema de algumas formas:


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Forte abraço e até o nosso próximo encontro!

 
 
 

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